abril 29, 2010

Homenagem póstuma a meu PAI - OTACÍLIO JOSÉ DA SILVA


Meu saudoso pai, falecido em 1974, foi Chefe do Departamento Pessoal  da Prefeitura Municipal de Ilhéus durante 25 anos.  Nesta foto ele dança a valsa de formatura com minha irmã Maria Célia da Silva, formanda em Contabilidade pelo CEAMEV (Centro Educacional Álvaro Melo Vieira).  Auto-didata, meu pai quase não frequentou escola, mas tinha domínio sobre políticae outros temas afins, lia muito: Jornais ele lia todos os dias O GLOBO e ÚLTIMA HORA, e cresci ao lado de coleções completas das obras de Jorge Amado, Machado de Assis, Alexandre Dumas, Humberto de Campos, Jãnio Quadros e outros.  Ele conhecia muitas poesias, seu repertório era grande, mas Augusto dos Anjos e Castro Alves eram seus preferidos.  Também o desconhecido poeta Tude Celestino de Souza, com sua poesia O Ás de Ouro, amigo das antigas de Salvador, era muito declamado por ele.  Abaixo transcrevo uma das poesias que mais ouvi ao longo de toda a minha vida, que também sei de cor e que faz parte da minha história, do poeta Augusto dos Anjos:



VERSOS ÍNTIMOS

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão – esta pantera –
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

13 DE MAIO - dia nacional contra o racismo


Constituição Federal de 1988  
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos

Art. 5.º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida,  à liberdade,   à igualdade,   à segurança e à propriedade,  nos termos seguintes:
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;



DECRETO-LEI N. 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940
Código Penal
Art. 140 -  Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de 1 ( um) a 6 (seis)  meses, ou multa.

§ 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena:

I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.

§ 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa,  alem da pena correspondente à violência.
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião ou origem:
Pena: reclusão de um a três anos e multa.”(inserido pela Lei nº 9.459, de 13 de maio de 1997)




RESOLUÇÃO Nº 93, DE 1970
O Senado Federal resolve:


Art. 1º O Regimento Interno do Senado Federal passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 21. Ao Senador é vedado:


a) fazer pronunciamentos que envolvam ofensas às instituições nacionais, propaganda de guerra, de subversão da ordem pública ou social, de   preconceito de raça,  de religião ou de classe, configurem crimes contra a honra ou contenham incitamento à prática de crimes de qualquer natureza (Const., art. 30, parágrafo único, c);



LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989
Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.
(Alterada pelas Leis nº 8.081/90 e 9.459 / 97 já incluídas no texto)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.” (nova redação dada pela Lei nº 9.459, de 13 de maio de 1997)
(redação original) Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor.
Art. 2º (Vetado).


Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos.
Pena: reclusão de dois a cinco anos.

Art. 4º
 Negar ou obstar emprego em empresa privada.
Pena: reclusão de dois a cinco anos.


Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador.
Pena: reclusão de um a três anos.


Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer grau.
Pena: reclusão de três a cinco anos.


Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor de dezoito anos a pena é agravada de 1/3 (um terço).


Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão, estalagem, ou qualquer estabelecimento similar.
Pena: reclusão de três a cinco anos.


Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares, confeitarias, ou locais semelhantes abertos ao público.
Pena: reclusão de um a três anos.


Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimento em estabelecimentos esportivos, casas de diversões, ou clubes sociais abertos ao público.
Pena: reclusão de um a três anos.


Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões de cabeleireiros, barbearias, termas ou casas de massagem ou estabelecimento com as mesmas finalidades.
Pena: reclusão de um a três anos.


Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e elevadores ou escada de acesso aos mesmos:
Pena: reclusão de um a três anos.


Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como aviões,  navios barcas,  barcos,  ônibus,  trens,  metrô ou qualquer outro meio de transporte concedido.
Pena: reclusão de um a três anos.


Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em qualquer ramo das Forças Armadas.
Pena: reclusão de dois a quatro anos.


Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou convivência familiar e social.
Pena: reclusão de dois a quatro anos.


Art. 15. (Vetado).


Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a três meses.


Art. 17. (Vetado)


Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados   na sentença.


Art. 19. (Vetado).
Art. 20.
 Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Pena: reclusão de um a três anos e multa.


§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fim de divulgação do nazismo.
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.                                                                                                         
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza:
Pena reclusão de dois a cinco anos e multa:


§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do inquérito policial sob pena de desobediência:


I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do material respectivo;
II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas ou televisivas.


§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após o trânsito em julgado da decisão, a destruição do material apreendido.” (art. 20 e seus §§ com anova redação da Lei nº 9.459, de 13 de maio de 1997)
(redação original) Art. 20. Praticar, induzir ou incitar, pelos meios de comunicação social ou por publicação de qualquer natureza, a discriminação ou preconceito de raça, por religião, etnia ou procedência nacional.
Pena: reclusão de dois a cinco anos.

§ 1º Poderá o juiz determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena de desobediência:

I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do material respectivo;
II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas ou televisivas.

§ 2º Constitui efeito da condenação, após o trânsito em julgado da decisão, a destruição do material apreendido".
art. 20 e §§ inseridos pela Lei nº 8.081, de 21 de setembro de 1990)
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 5 de janeiro de 1989; 168º da Independência e 101º da República.
JOSÉ SARNEY
Paulo Brossard



Fotos by Maria de Lourdes da Silva

Lições da Perspectiva

Foto by Maria de Lourdes. 

PROPOSTA DE AMOR

fotos by Maria de Lourdes

Imagino que não estamos agüentando a pressão do mundo corporativo, imagino que estamos stressados com violência, assaltos, viver à mercê da marginalidade... Imagino que estamos cansados de pagar tantos impostos, ter medo da polícia, dever em bancos, dever aos agiotas, pagar pra nascer, viver e morrer. morrer na praia, morrer na estrada, morrer na sala de aula...
Imagino que todos querem viver em paz, livres - no mínimo - do relógio e sendo donos do PRÓPRIO dia, das horas,sendo donos de todo o nosso tempo...
Proponho então:
Vamos quebrar a ordem?
Ou não conseguimos mais viver sem sermos escravos do relógio?
Vamos nos unir e proteger as crianças, os animais e a natureza?
Vamos abrir mão das contas bancárias e que os bancos quebrem e se explodam !!!???
ou não podemos viver sem os cartões de crédito, os talões de cheque, as tarifas, as multas, os juros, as filas , os empréstimos que alimentam o sistema ?
Vamos negar o sistema e ser felizes?
Vamos combinar que não vamos votar em ninguém, nunca mais?
Vamos abolir a servidão voluntária de nossas vidas e viver juntos, nos nossos ninhos, com nossas crias, sem aluguel, sem supermercado, sem shoppings, sem consumismo, só nós, seres humanos, felizes, sem sacrificar ninguém ao Capital, nem a nós, nem a eles...?
tomando banho de sol na hora que der vontade!
Vamos proclamar a paz mundial e fazer do chão que pisamos a nossa pátria e dane-se o latifúndio?
Vamos todos juntos, mulheres e homens, homens e mulheres, resgatar o planeta das mãos odiosas de burocratas insípidos, de assassinos que matam com seu silêncio e sua permissividade, resgatar o planeta das mãos destruidoras dos que matam e queimam florestas em seu próprio benefício, e garantir longa vida à raça humana no Planeta Terra?

VAMOS?
                                          Maria de Lourdes da Silva é professora de Filosofia e acadêmica de Direito

abril 24, 2010

FW: Hoje é o dia do Planeta Terra!

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Querido(a) Maria,

Hoje é o Dia da Terra. Eu gostaria de sugerir que o celebrasse, assistindo ao nosso novo video em homenagem a esta data, e que convide as pessoas que fazem parte de sua vida a também assistirem e a fazerem parte do Greenpeace, assim como você.

Nosso planeta enfrenta o maior desafio já visto pela humanidade. Nossas florestas são derrubadas e queimadas; nossos oceanos, explorados e poluídos em um ritmo alucinado. Caça de baleias, poluição tóxica, queima de carvão, uso de energia nuclear e de transgênicos ameaçam a qualidade e até mesmo a sustentabilidade da vida em todo o planeta. As mudanças climáticas catastróficas se aproximam, enquanto governos e a indústria gastam tempo e recursos aumentando seus lucros e evitando as transformações necessárias para reduzir a emissão de gases-estufa.

Ao longo dos anos, tivemos um impacto positivo no mundo ao testemunhar pacificamente e convencer políticos e empresários a mudarem muitas práticas danosas ao planeta. Aumentamos o grau de proteção de grandes extensões de terra, ao colocar em prática leis ambientais e inspirar pessoas influentes na indústria, no governo e na ciência para preferirem o planeta às ambições financeiras.

Mas, se você pensa que o poder do Greenpeace está em nossos navios, protestos ou campanhas, está enganado: você é quem nos dá força.

A Terra precisa de mais pessoas como você, que se preocupa com o ambiente. Pessoas que usarão suas vozes para defendê-la e que tomarão atitudes para protegê-la. Você pode dar uma mão para a Terra hoje nos ajudando a construir o movimento para salvá-la.

Um futuro mais verde e pacífico é possível - junte-se a nós para fazer isso acontecer. A Terra precisa de nossa atenção não apenas no seu dia, mas sempre.


Grande Abraço, 
Kumi Naidoo
Diretor-executivo do Greenpeace Internacional

P.S. Você pode ir direto ao YouTube, marcar nosso vídeo como seu favorito e deixar um comentário. Também pode promovê-lo nas redes sociais, no seu Facebook ou Twitter, ou mesmo colocá-lo em seu blog.
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Carlos Drummond de Andrade

Visão 1944

Meus olhos são pequenos para ver
a massa de silêncio concentrada
por sobre a onda severa, piso oceânico
esperando a passagem dos soldados.

Meus olhos são pequenos para ver
luzir na sombra a foice da invasão
e os olhos no relógio, fascinados,
ou as unhas brotando em dedos frios.

Meus olhos são pequenos para ver
o general com seu capote cinza
escolhendo no mapa uma cidade
que amanhã será pó e pus no arame.

Meus olhos são pequenos para ver
a bateria de rádio prevenindo
vultos a rastejar na praia obscura
aonde chegam pedaços de navios.

Meus olhos são pequenos para ver
o transporte de caixas de comida,
de roupas, de remédios, de bandagens
para um porto da Itália onde se morre.

Meus olhos são pequenos para ver
o corpo pegajento das mulheres
que foram lindas, beijo cancelado
na produção de tanques e granadas.

Meus olhos são pequenos para ver
a distância da casa na Alemanha
a uma ponte na Rússia,
onde retratos, cartas, dedos de pé bóiam em sangue.

Meus olhos são pequenos para ver
uma casa sem fogo e sem janela
sem meninos em roda, sem talher,
sem cadeira, lampião, catre, assoalho.

Meus olhos são pequenos para ver
os milhares de casas invisíveis
na planície de neve onde se erguia
uma cidade, o amor e uma canção.

Meus olhos são pequenos para ver
as fábricas tiradas do lugar,
levadas para longe, num tapete,
funcionando com fúria e com carinho.

Meus olhos são pequenos para ver
na blusa do aviador esse botão
que balança no corpo, fita o espelho
e se desfolhará no céu de outono.

Meus olhos são pequenos para ver
o deslizar do peixe sob as minas,
e sua convivência silenciosa
com os que afundam, corpos repartidos.

Meus olhos são pequenos para ver
os coqueiros rasgados e tombados
entre latas, na areia, entre formigas
incomprensivas, feias e vorazes.

Meus olhos são pequenos para ver
a fila de judeus de roupa negra,
de barba negra, prontos a seguir
para perto do muro - e o muro é branco.

Meus olhos são pequenos para ver
essa fila de carne em qualquer parte,
de querosene, sal ou de esperança
que fugiu dos mercados deste tempo.

Meus olhos são pequenos para ver
a gente do Pará e de Quebec
sem notícias dos seus e perguntando
ao sonho, aos passarinhos, às ciganas.

Meus olhos são pequenos para ver
todos os mortos, todos os feridos,
e este sinal no queixo de uma velha
que não pôde esperar a voz dos sinos.

Meus olhos são pequenos para ver
países mutilados como troncos,
proibidos de viver, mas em que a vida
lateja subterrânea e vingadora.

Meus olhos são pequenos para ver
as mãos que se hão de erguer, os gritos roucos,
os rios desatados, e os poderes
ilimitados mais que todo exército.

Meus olhos são pequenos para ver
toda essa força aguda e martelante,
a rebentar do chão e das vidraças,
ou do ar, das ruas cheias e dos becos.

Meus olhos são pequenos para ver
tudo que uma hora tem, quando madura,
tudo que cabe em ti, na tua palma,
ó povo! que no mundo te dispersas.

Meus olhos são pequenos para ver
atrás da guerra, atrás de outras derrotas,
esta imagem calada, que se aviva,
que ganha em cor, em forma e profusão.

Meus olhos são pequenos para ver
tuas sonhadas ruas, teus objetos,
e uma ordem consentida (puro canto,
vai pastoreando sonos e trabalhos).

Meus olhos são pequenos para ver
esta mensagem franca pelos mares,
entre coisas outroras envilecidas
e agora a todos, todas ofertadas.

Meus olhos são pequenos para ver
o mundo que se esvai em sujo e sangue,
outro mundo que brota, qual nelumbo
- mas vêem, pasmam, baixam deslumbrados.


Carlos Drummond de Andrade
(1902-1987)

Mais sobre Carlos Drummond de Andrade em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Drummond_de_Andrade

copiado de:http://leaoramos.blogspot.com/2010/01/os-olhos-de-drummond-sao-pequenos-para.html

abril 15, 2010

FW: Aldo Rebelo o inimigo das florestas!

PARA REFLETIRMOS SOBRE A NATUREZA



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13 de Abril de 2010 Olá, Maria
Ajude-nos a proteger as florestas
O Código Florestal, corpo de leis que protege as florestas brasileiras desde 1934, está mais uma vez ameaçado. O deputado Aldo Rebelo irá apresentar em breve um documento com as propostas de alteração dessas leis. E tudo indica que as mudanças vão anistiar desmatadores e reduzir a proteção de nossas matas.
Mande um e-mail para o Aldo Rebelo dizendo que a questão é relevante demais para ser decidida apenas por meia dúzia de deputados em um ano de eleições.

Ajude a impedir que as nossas florestas continuem a ser devastadas. Assine a petição.

Famosos se unem contra Belo Monte
Cerca de 600 pessoas juntaram suas vozes para gritar contra a construção da usina de Belo Monte. Por mais de cinco horas, o grupo marchou pela esplanada dos ministérios entoando gritos de guerra contra a obra que pode significar o fim da vida de muita gente que depende do Rio Xingu. Boa parte da energia que manteve o ânimo de quem esteve no ato veio da presença de James Cameron, diretor do filme "Avatar", junto a dois atores que nele trabalharam, Sigourney Weaver e Joel David Moore. Também esteve no ato o ator brasileiro Victor Fasano. Assista ao vídeo
Frigoríficos pedem prazo maior
Os grandes frigoríficos brasileiros apresentaram resultados menores do que o acordado no mapeamento de seus fornecedores na Amazônia. As empresas pediram mais três meses para completar o trabalho. Apesar disso, mostraram avanços significativos nos últimos seis meses e reiteraram o interesse em não permitir que o desmatamento continue manchando a sua cadeia de produção. Saiba mais.

Quer entender melhor? Baixe o relatório "Farra do Boi na Amazônia" em Publicações na Área de Colaboradores.
Contra o contrabando de carne de baleia
Ativistas amarrados às cordas de um navio pesqueiro em Rotterdam, na Holanda, evitaram o envio de carne de baleia contrabandeada para a Islândia, com destino final era o Japão. Graças ao protesto vitorioso as autoridades concordaram em confiscar os sete contêineres com 160 toneladas de carne de baleia fin, também conhecida como baleia-comum. Saiba mais.

Você se lembra dos japoneses Junichi Sato e Toru Suzuki? Ainda dá tempo de ajudar nossos ativistas injustiçados por defenderem as baleias, basta assinar a petição.

Mantenha os seus dados sempre atualizados pelos telefones (11) 3035-1151 ou (11) 3035-1159, (das 9h às 18h), pelo fax (11) 3817-4600 ou pelo email relacionamento@br.greenpeace.org
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abril 11, 2010

HARMONIA: o uso ideológico dessa expressão para manipular pessoas

Todo mundo já sabe que, qualquer mentira repetida incessantemente, torna-se uma verdade quase absoluta e irreversível, arrebatando seguidores incautos que carecem de um apurado senso crítico. Por isto, queremos aqui refletir sobre a tão "famigerada" harmonia que alguumas pessoas preconizam. Para tal, desejamos primeiro definir os termos:
Harmonia na mitologia grega, é a deusa da harmonia e da concórdia. Filha de Afrodite e Ares, e esposa de Cadmo, seria originária da Samotrácia, onde ela e Cadmo acabaram sendo transformados em serpentes(1). Aqui já podemos intuir que o mito insinuando a Harmonia transformada em serpente, além de ser filha do deus da guerra com a deusa grega da beleza e do amor. Em música, a harmonia é o campo que estuda as relações de encadeamento dos sons simultâneos (acordes). ...(2) porém a harmonia, na música, não se faz em sons iguais e do mesmo tom, mas da consonância oriunda dos acordes diferenciados.

No Brasil, a Carta Magna de 1824 trouxe a divisão e a harmonia dos poderes políticos como o princípio conservador dos direitos dos cidadãos e o mais seguro meio de fazer efetivas as garantias que a Constituição oferta. A esses Poderes tradicionais, o Legislativo, o Executivo eo Judiciário acrescia o Moderador (3) D. Pedro I, em sua Constituição outorgada (imposta, não votada, mandada escrever por ele após ter fechado a Assembléia Nacional Constituinte porque os legisladores escreveram uma Constituição dando mais poderes ao Congresso que a ele) criou um quarto Poder, o Poder Moderador, que centralizava os Poderes em suas mãos, podendo ele comandar, através deste Poder Moderador, os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Lembrando que ele fez tudo isso tendo como Princípioa HARMONIA dos poderes políticos.
Muita gente por aí prega o princípio da harmonia como uma deslealdade, como uma forma de manipular as pessoas, de excluir pessoas que não estejam na sua "harmonia", uma maneira de dizer: eu sou harmônica, você não é, ou, eu sou dfa paz, você é da guerra, ou eu sou do bem e você que questiona, critica e tem dúvidas, é do mal. Aceite o que eu quero, ajuste-se ao meu poder, senão...
Os militares sempre usaram essa expressão para manipular as massas enquanto prendiam estudantes e professores, exilavam deputados e senadores, torturavam jornalistas e os enforcavam nos cárceres. Enquanto isso acontecia nos bastidores, na telinha constava o frenesi da copa de 70,por exemplo, "noventa milhões em ação, pra frente Brasil, do meu coração. Todos juntos vamos, pra frente Brasil, salve a seleção..."O pior de tudo é que a ditadura militar acabou em 1985 mas seu ranço, seu fedor, seu cheiro de porrete e sangue ainda dá pra sentir perto de muita gente e dentro de muitas instituições, como presídios, sanatórios psiquiátricos, delegacias e até escolas. Não que nas escolas se torture, não, não fisicamente. Nas escolas a tortura é psicológica. Nos Projetos pedagógicos fala-se em cidadania, nos planos decenais fala-se em cidadania, nos planos de curso lá está novamente a cidadania; mas nem sempre a cidadania está de acordo com a "harmonia" dos diretores, coordenadores, supervisores, professores e até funcionários pois quando se quer orientar os estudantes para que eles se organizem em grêmios estudantis, lá estarão muitos destes acima citados, fazendo discurso em nome daharmonia e do bem-estar da sociedade, contanto que só eles possam reivindicar , ter autonomia e dar ordens.
Por falar em autonomia, temos discutido também essa questão dos conceitos Piagetianos :AUTONOMIA VERSUS HETERONOMIA com nossos alunos. Vamos pensar, refletir, aliás, como diz Lya Luft em sua famosa crônica - pensar é transgredir -
Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo. Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência: isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano.

A heteronomia considera que certo é o cumprimento da regra e qualquer interpretação diferente desta não corresponde a uma atitude correta. Temos sido submetidos a uma educação que nos torna seres passivos diante dos acontecimentos e submissos a qualquer um que se imponha e mostre poder sobre nós. Temos idéias e condutas uniformes, como nos fala Rubem Alves:
Educação é isto: o processo pelo qual os nossos corpos vão ficando iguais às palavras que nos ensinam. Eu não sou eu: eu sou as palavras que os outros plantaram em mim. Como disse Fernando Pessoa: ‘Sou o intervalo entre o meu desejo e aquilo que os desejos dos outros fizeram de mim’
(4)
Essa é a educação que muitos defendem na prática, embora no discurso estejam preconizando outros valores distintos, mas quando começam a dizer "devemos incentivar a cidadania ... mas..." esta aí a prova cabal de não conseguirem camuflar, esconder seus verdadeiros medos, suas insuficiências, suas incapacidades de lidar com o novo, com o desconstrutor, com o questionador.

Autonomia é autogoverno, é “a submissão do indivíduo a uma disciplina que ele próprio escolhe e a constituição da qual ele elabora com sua personalidade” (Piaget, 1998).

Por que a escola tem medo dessa autonomia? Por que os Diretores fazem de tudo para impedir a organização dos Grêmios Livres nas escolas? O que temem?

Por que os professores, com seu sindicato tão forte, apóiam esses diretores?

Por que os funcionários, tão oprimidos dentro das escolas (muitas vezes, por esses mesmos diretores,), desrespeitados, vilipendiados, não apóiam a organização estudantil e se enchem de mas e poréns para defender um direito tão legítimo e legal dos discentes?

Concluindo, ao longo desses 30 anos de jornada pedagógica, vimos encontrando a palavra harmonia no discurso de diretores, secretários de educação, políticos em geral, e até de professores como uma forma de encobrir os conflitos, jogar o lixo pra debaixo do tapete, e dizer: obedeçam e tudo permanecerá em harmonia; preservem a harmonia; sejam harmônicos.

O maior valor dentro da escola deve ser a preservação da dignidade humana. A escola não pode mandar de volta pra casa o aluno que está calçado numa sandália de dedo, ou vestido numa calça jeans; a aula é pra ele, não para a sandália ou para a calça. Este aluno precisa conhecer a lei e precisa estar organizado no movimento estudantil para que possa, então, exercer a cidadania em sua plenitude, protegendo-se, protegendo uns aos outros, desenvolvendo o espírito de solidariedade, amizade. Quando alguém deseja, dentro de uma escola, mandar uma mesma turma para lá e para cá, sem nenhum respeito a aqueles discentes e eles resolvem não obedecer, isto não é baderna, isto é ORGANIZAÇÃO, SOLIDARIEDADE, AMIZADE. Por que querem puní-los? Por causa da Harmonia?

Referências

1 - (http://pt.wikipedia.org/wiki/Harmonia_(mitologia)

2 - pt.wikipedia.org/wiki/Harmonia_(música

3 - (http://www.google.com.br/search?q=A+hist%C3%B3ria+da++harmonia&hl=pt-BR&sa=G&tbo=p&tbs=tl:1,tll:1824,tlh:1824&ei=P9jBS9WgJoWouAem-6TSBg&oi=toolbelt_timeline_result&resnum=3&ct=timeline-date&ved=0CD4QzQEwAg)

4 - (http://www.urutagua.uem.br//02autonomia.htm

abril 09, 2010

Breve História da violência contra a Infância

São secretas as matanças da miséria na América Latina; em cada ano explodem, silenciosamente, sem qualquer estrépito, três bombas de Hiroxima sobre estes povos, que têm o costume de sofrer com os dentes cerrados. Esta violência sistemática e real continua aumentando: seus crimes não se difundem na imprensa marrom, mas sim nas estatísticas da FAO. Ball diz que a impunidade é ainda possível, porque os pobres não podem desencadear uma guerra mundial, porém o Império se preocupa: incapaz de multiplicar os pães faz o possível para suprimir os comensais. “Combata a pobreza, mate um mendigo!”, rabiscou um mestre do humor-negro num muro da cidade de La Paz.
Eduardo Galeano

Desde a Antiguidade podemos verificar que as crianças sempre foram desrespeitadas em seus direitos, no sentido do que hoje chamamos de cidadania, seja pelos costumes, pela moral ou pela lei efetivamente positivada. Em Atenas, berço da Filosofia, da Política e da democracia, mulheres, crianças, homens pobres e escravos não eram cidadãos; em Esparta, fazia parte dos costumes lançar uma criança num precipício em sacrifício aos deuses caso ela nascesse franzina ou aleijada. Também em Esparta a criança era tirada do seio da mãe e entregue ao Estado para cumprir seu destino de guerreira desde os sete anos de idade.

Muitos crimes contra a vida de crianças são relatados desde a própria Bíblia, livro sagrado dos cristãos: por ocasião do nascimento de Moisés, quando o faraó, em função de haver mais judeus que egípcios no Egito, manda matar todas as crianças recém-nascidas do sexo masculino “(...) então, ordenou Faraó a todo o seu povo, dizendo: a todos os filhos que nascerem aos hebreus lançareis no Nilo, mas a todas as filhas deixareis viver” Êxodo, 1, 22. Quando mais tarde Moisés veio para libertar o povo Hebreu do Egito, povo esse escravo já há 400 anos, foi o próprio Deus quem matou os primogênitos – que tanto poderiam ser adultos quanto crianças, como o filho do faraó: “aconteceu que à meia-noite, feriu o Senhor todos os primogênitos na Terra do Egito, (...) e fez-se grande clamor no Egito, pois não havia casa em que não houvesse morto.” Êxodo, 12, 29 – 30; quando morreram não só crianças, mas principalmente muitas delas; esta foi a décima praga do Senhor contra o Egito, para demover o Faraó de sua idéia empedernida de manter cativos os Hebreus. Mais tarde, ao chegar à terra prometida, Josué tomou Jericó: “Tudo quanto na cidade havia, destruíram totalmente a fio de espada, tanto homens como mulheres, tanto meninos como velhos, (...)” Josué, 6, 21. Quando nasceu Jesus, o rei Herodes ordenou matança de inocentes, porque temia o Rei dos judeus anunciado pelos Reis Magos, temia pelo seu poder:
vendo-se iludido pelos magos, endureceu-se Herodes grandemente e mandou matar todos os meninos de Belém e de todos os seus arredores, de dois anos para baixo, conforme o tempo do qual, com precisão se informara dos magos. Mateus, 2, 16-17

Na Idade Média a Igreja Católica mandou trinta mil crianças numa cruzada que deveria tomar Jerusalém. Muitos morreram à míngua, outros tantos foram levados pelos mercadores de escravos, outros foram mortos... Enfim, esses milhares de crianças foram sacrificados por causa da ambição de poder dos adultos. No feudalismo não havia direitos para as crianças e eles trabalhavam junto com seus pais nas glebas; com o advento da Revolução Industrial principalmente na Inglaterra, os novos patrões preferiam empregar mulheres e crianças, para pagar menos... Eles trabalhavam entre 16 e 18 horas por dia, muitas crianças perderam membros nas máquinas de fiar, não havia assistência à saúde, não havia escolas para essas crianças.

No período colonial, entre os séculos XVI e XIX no Brasil, quase 350 anos de escravidão, gerações e gerações de crianças nasceram e morreram na escravidão, foram abusadas sexualmente, sem nenhuma proteção, sem direito sequer a pai e mãe, pois os senhores poderiam vendê-los caso necessitassem; a Lei do Ventre-Livre (28 de setembro de 1871) foi mais um engodo do que uma libertação, pois
“não resultou assim, em última análise, senão numa diversão, uma manobra em grande estilo que bloqueou muito mais que favoreceu a evolução do problema escravista no Brasil”
(PRADO JÚNIOR, 2004, p.179).


Em muitas guerras e guerrilhas do século XX as crianças participaram como no caso da Nicarágua e Oriente Médio. Em Soweto, na África do Sul, durante o Apartheid, foram mortos de uma só vez, em público, mais de uma centena de estudantes que faziam parte de protesto contra a segregação racial e o oficial que dirigia a polícia naquele momento mandou atirar contra os jovens desarmados e fardados. O nazismo ceifou a vida de mais de 6 milhões de judeus e quase 1 milhão de ciganos, dentre eles muitas crianças e adolescentes. Se procurarmos, ainda encontraremos muito mais, não só em livros sagrados, mas na própria história material concreta da humanidade, não só no passado, como também no nosso conturbado mundo pós-moderno, onde grassa a violência e o desrespeito aos direitos humanos. Na atualidade, a China é um país onde há elevado índice de infanticídio feminino. Neste país é prática comum cometer aborto quando o bebê é uma menina, o que gerou um desequilíbrio entre os sexos na população do país.

O tráfico humano é o negócio mais rentável do planeta - e sabemos que este tráfico envolve principalmente crianças e mulheres jovens - junto com o tráfico de armas e de drogas.

No Brasil, durante a Ditadura Militar tivemos o fechamento e incêndio do prédio da UNE e vários estudantes mortos ou desaparecidos naqueles 21 anos de torturas e arbítrios, como também foi suprimido o direito à organização em Grêmios Livres, substituídos na época pelos Centros Cívicos, dirigido por professores ou direção escolares. Passamos por sérias mudanças na educação nesta época, pois foi implantado o ensino profissionalizante, olhando o jovem oriundo das classes populares na estreita perspectiva de mão de obra para o mercado de trabalho, a serviço do capital.


Não bastasse tudo isso, ainda podemos lembrar que, em casos de separação conjugal não aceita pelo homem ocorre muitas vezes, por vingança, eles matarem os filhos. O mau-trato e abuso contra a criança é o terceiro crime mais denunciado no Disque-Denúncia em São Paulo. Em 2005, foram registradas 4.603 ligações sobre algum tipo de abuso. Com o advento do Estatuto da Criança e do Adolescente o direito da Criança e do Adolescente ao longo dos anos teve flagrante evolução face à necessidade de promoção, proteção e preservação destes seres que ainda estão em desenvolvimento e, portanto, são incapazes de defender-se por si mesmos.

Mesmo assim, muitos são os crimes praticados contra os direitos da Criança e do Adolescente, e a escola não é exceção para a prática destas arbitrariedades. Mais adiante publicaremos análise sobre o paradoxo entre o legal e o real nas instituições escolares.

Maria de Lourdes da Silva
Acadêmica de Direito

A Voz do silêncio

O silêncio tem voz!
Ela traduz muitas coisas na vida de todos nós.
A vida é uma coisa rápida e traz consigo símbolos difíceis de serem decifrados.
São sinais marrentos que se debelam com nosso cérebro tentando se esconder por entre
farpas, como que tentando salvar arestas.
Eu me espanto todos os dias com a maneira elegante com que a realidade foge aos pés.
Deixa o tapete enferrujado, os desejos maltratados e a fé que remove montanha
se funde entre arbustos e magmas vermelhos, sedentos por espaço aberto.
Isso tudo vai grudando em nossa pele e vai tornando cinza dias célebres,
transformando em nuances a eterna alegria, os encantos, o direito de ser feliz!
No entanto, o lado bom de nossos sonhos é colorido e ele realmente existe!!
Mas, onde foi que trocamos os lápis coloridos pelos de cores escuras e em que momento
nossos sonhos se esvaíram deixando-nos ocos, opacos e com uma pequena lágrima no canto do olho como se dela não quiséssemos apartar?
Tenho pensado sobre o aspecto dramático desse eterno devir. E confesso que muito
tem me emaranhado.
São tantas pessoas sofrendo de angustia de desilusão, de tristeza, doença...
São tantos males de amor espalhados em cada esquina!
Homos e heteros se emaranhando em desamores tentando encontrar no outro o zelo de um amor que não vingou? Um tsunami emocional golpeia com tesão assertivo a ingênua mania de sonhar e adentra o corpo da vida mudando tudo o que é viver!
Quisera eu, poder mudar as coisas do mundo. Trazer felicidade e bradar a ingênua
crença de que posso confiar no bom da vida.
O bom da vida é "arrochar"! O bom da vida é ser sacanear! É descomprometer-se com a integridade! É lidar com valores falos e acreditar que isso é razão de ser!
Tudo isso engendra solidão quando dizemos não ao mundo que não partilhamos.
Tudo isso inspira distanciamentos, recolhimentos. E com isso, surge um mundo de casulos e embotados. Um mundo dos mutilados. Pessoas vítimas de estrangulamentos do encanto, da alegria, da pureza de ser um simples guerreiro em marcha a uma vida de realização utópica onde o único vencedor foi si mesmo! Esse povo todo está no hospital da dor, sentindo desgostos e com sensações de perda de tempo, de ter vivido para nada, de ter caminhado em vão!
Como estará a humanidade, quando todos os humanos desse planeta estiverem mutilados?
O silêncio obsequia o pouco de nós a uma "recolhida" paciente e nostálgica. Permitindo-nos a não exposição. Pois, ao dar ao outro um coração quebrado, melhor seria dar a imagem de paz, harmonia estampada na face, instituída como a nova máscara a se desvendar!
Não desanimemos pois! É chegada a hora em que, certamente, uma luz trará uma nova verdade!


Sds!

selmaAguiar
Cantora e Compositora
Gestora Cultural